Resumo: | Objetivo: Tendo em conta a reduzida literatura sobre o bullying homofóbico em Portugal, os objetivos deste estudo foram descrever a sua prevalência, comparativamente ao bullying genérico, na perspetiva das vítimas; comparar as diferenças de género e compreender a relação entre o bullying homofóbico e os sentimentos de infelicidade e humilhação e a denúncia por parte das vítimas. Método: Participaram 171 (7º ano), 160 (8º) e 156 (9º) alunos (52.0% feminino e 48.0% masculino), entre os 11 e os 17 anos, aos quais foi aplicado um questionário de autorrelato em formato digital, avaliando-se: género, vitimação, sentimentos infelicidade/humilhação e denúncia. Resultados: Um total de 33.0% dos alunos foram vítimas de bullying genérico, maioritariamente no 8º ano. Rapazes e raparigas registaram índices de vitimação semelhantes. Quanto ao bullying homofóbico, a prevalência aumentou do 7º para o 9º ano e os rapazes apresentaram maior frequência de vitimação comparativamente às raparigas, havendo diferenças estatisticamente significativas no 9º ano. À medida que as situações de vitimação homofóbica aumentam, maior foi o sentimento de infelicidade e humilhação nas vítimas e maior a denúncia. Conclusão: Estes dados reforçam a necessidade de ações e programas de prevenção nas escolas, enquadrados numa perspetiva sistémica, privilegiando a intervenção dos observadores de situações de bullying.
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