Summary: | A emergência de um movimento operário atesta importantes transformações — quer socioeconómicas quer políticas — no Portugal oitocentista, nomeadamente a partir da década de 50. É nesta fase, em que o projeto liberal está vitoriosamente consolidado, que surge a primeira geração de socialistas que tenta dar resposta à questão social e do trabalho, difundindo um novo discurso e ideias para o espaço público, onde se destaca o periodicismo. Esta dissertação pretende abordar o movimento operário, dando enfâse a algumas práticas que começam a ser desenvolvidas nesta fase, sobretudo, através do jornal Eco dos Operários e do Centro Promotor dos Melhoramentos das Classes Laboriosas e do seu jornal. Não sendo descurado, que este movimento operário está inserido num período marcado pela concretização de uma política centrada no desenvolvimento do país, uma fase conhecida por Regeneração. Perante isto, não é esquecida a análise do discurso realizado pelos deputados nas Câmaras sobre o mundo operário. A esta luz, não é de estranhar termos como ponto de partida que a década de 50 de oitocentos seja fortemente marcada por um importante despontar do movimento operário na esfera pública, sendo veiculado para o espaço público um vasto leque de assuntos referentes ao mundo operário, oriundos de sectores distintos da sociedade, como é o caso do próprio movimento operário e do Parlamento.
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