Resumo: | Esta dissertação tem como objectivo o entendimento da popularidade e relevância da política de clusters. O conceito de cluster e a sua transposição para ferramenta política, constituiu-se como um processo bem-sucedido, e importa perceber as razões que levaram a isso. Na verdade, essas razões, que estão associadas ao facto de o conceito ser vago e multidimensional, constituem o principal foco de problematização teórica relativa à abordagem aos clusters. Ou seja, a sua multidimensionalidade e elasticidade estão ligadas a problemas de clarificação e solidez teórica e empírica, ao mesmo tempo que se constituem como vantagens que permitem aos clusters a moldagem de uma grande variedade de medidas e objectivos políticos importantes para a definição de trajectórias de desenvolvimento territorial. Importa assim perceber as implicações associadas ao conceito de cluster enquanto factor catalisador de políticas públicas de desenvolvimento regional e inovação. Tendo isso em vista, esta dissertação centra-se no caso das Estratégias de Eficiência Colectiva do QREN, para aferir o reflexo da política de clusters em Portugal. Para isto, dá-se uma especial atenção à composição das redes de associados dos clusters portugueses, visando o seu ajustamento territorial e a sua capacidade de abrangência de actores. O ajustamento territorial de cada cluster traduz-se pela relação entre a incidência regional do investimento do QREN em projectos dos associados e a concentração espacial dos sectores. Depois, passa-se a verificar a relação entre o ajustamento e abrangência dos clusters e os seus níveis de desempenho, manifestados pelos resultados do Estudo de Avaliação cometido pelo Observatório do QREN, que é um documento que toma um papel central para a análise presente nesta dissertação. No global, conclui-se que há certos níveis de relação entre a qualidade do ajustamento e abrangência dos clusters e a qualidade dos seus desempenhos e que a implementação da política de clusters em Portugal ainda é algo incipiente.
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