Mortalidade de juvenis de Venerupis corrugata (Gmelin, 1791) por stress salino e térmico

A amêijoa-macha V. corrugata é uma espécie de bivalve nativa da Ria de Aveiro e com elevada importância comercial em Portugal. Uma vez que se observou uma elevada mortalidade de juvenis desta espécie num ensaio de aquacultura realizado na Ria de Aveiro em 2015/2016, a qual aconteceu durante um perío...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Santos, Ana Carvalhais dos (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2018
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10773/24280
País:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/24280
Descrição
Resumo:A amêijoa-macha V. corrugata é uma espécie de bivalve nativa da Ria de Aveiro e com elevada importância comercial em Portugal. Uma vez que se observou uma elevada mortalidade de juvenis desta espécie num ensaio de aquacultura realizado na Ria de Aveiro em 2015/2016, a qual aconteceu durante um período de intensa precipitação e aumento rápido de temperatura, este trabalho tem como principal objectivo avaliar a tolerância desta espécie a estes factores ambientais. Pretende, igualmente, avaliar se a variação gradual ou repentina da salinidade provoca maior ou menor mortalidade nestes juvenis e se o nível de mortalidade é influenciado pela condição dos animais. Uma vez que a correcção da salinidade nos tanques de aquacultura pode ser feita pela adição de sal, este trabalho pretende também avaliar a toxicidade causada por soluções com elevada concentração salina nestes animais. A amêijoa-macha apresentou uma mortalidade elevada a partir de 3 dias de exposição a salinidade ≤15 psu. Da mesma forma, observou-se uma mortalidade muito acentuada nas salinidades mais altas (47,5 e 50 psu) a partir de 3 dias de exposição. A diminuição repentina de salinidade provocou uma maior taxa de mortalidade do que a variação gradual. Os indivíduos mostraram, também, uma mudança de comportamento quando expostos a alterações abruptas de salinidade (≤15 psu e ≥47,5 psu) através do fecho das valvas. A amêijoa-macha mostrou ser tolerante a temperaturas da água até 25°C para o tempo máximo de exposição testado (9 dias), mas verificou-se um aumento de mortalidade significativo para 28°C a partir de 48h de exposição. Testou-se também a interacção da salinidade e temperatura na mortalidade dos juvenis, a qual foi significativa, sendo evidente que a temperatura alta faz aumentar a mortalidade quando os animais são expostos a salinidades baixas. Determinou-se também a resposta bioquímica das enzimas catalase (CAT), glutationa-S-transferase (GST) e superóxido dismutase (SOD), assim como a peroxidação lipídica (LPO), nas células de juvenis de amêijoa-macha expostos a diferentes salinidades e temperaturas ao fim de 22 dias de exposição. Os resultados mostram que tanto a GST como a SOD têm um papel importante na protecção celular dos juvenis e a CAT mostrou ser o melhor indicador do stresse salino e térmico. Verificou-se ainda que, apesar de ter ocorrido indução das enzimas antioxidantes nas diferentes salinidades e temperaturas, os mecanismos de defesa foram insuficientes para evitar a peroxidação lipídica