Resumo: | O desejo de punir alguém que tenha causado sofrimento se caracteriza como vingança. Entretanto, é possível que alguém apresente mudanças pró-sociais em relação ao ofensor, o que configura o perdão. Estudos apontam que perdão e vingança podem ser compreendidos de maneira oposta e também compartilharem uma dimensão comum. Nesse sentido, este estudo objetivou comparar o ajuste de um modelo bifator para perdão e vingança com explicações alternativas de modelos de um fator e dois fatores. Contou-se com a participação de 195 pessoas, a maioria do sexo feminino (66.7%), heterossexual (83.2%), solteira (80.8%), com ensino superior incompleto (68.4 %) e com idades entre 18 e 82 anos (M=27.26; DP=11.50), que responderam à Escala de Disposição para Perdoar e à Escala de Atitudes Frente à Vingança. Os resultados apontaram que o modelo bifator se mostrou mais adequado [χ2(102)=175.639, p<0,001; χ2/gl=1.54, SRMR=0.06, CFI=0.94, RMSEA=0.061 (IC90%=0.04-0.07), TLI=0.93]. Os resultados encontrados sugerem que, além de compartilharem um fator comum, as variáveis parecem ter legitimidade como construtos distintos, dando suporte empírico para a promoção de estratégias voltadas para se intervir tanto em elementos gerais como específicos relacionados aos construtos.
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