A externalização e o processamento de expressões faciais de emoção

A externalização consiste num espectro de personalidade que conjuga comportamentos antissociais, traços de personalidade associados ao comportamento desinibido e agressivo e o consumo de substâncias lícitas e ilícitas. A etiologia desta perturbação ainda não é consensual. Para além de outros problem...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Oliveira, Ana Cristina Valente (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2013
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10773/10002
País:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/10002
Descrição
Resumo:A externalização consiste num espectro de personalidade que conjuga comportamentos antissociais, traços de personalidade associados ao comportamento desinibido e agressivo e o consumo de substâncias lícitas e ilícitas. A etiologia desta perturbação ainda não é consensual. Para além de outros problemas, esta população apresenta dificuldades na regulação emocional nomeadamente através da interpretação e demonstração de emoções. Como tal, esta investigação teve como principal objetivo investigar se existem diferenças ao nível do processamento de expressões faciais de emoção entre indivíduos com diferentes níveis de externalização através de medidas comportamentais (tempos de reação e percentagem de acertos) e eletroencefalográficas (análise de potenciais evocados). Relativamente às últimas, estudou-se os componentes de onda P100 e N170 bem como 11 janelas temporais de 50 ms cada entre os 230 ms e os 780 ms após o estímulo. Neste estudo participaram 54 estudantes da Universidade de Aveiro que constituíram os grupos de elevado, médio e baixo nível de externalização com base na pontuação obtida no Inventário de Externalização. Os participantes realizaram uma tarefa experimental de categorização emocional que tinha como objetivo avaliar a capacidade de discriminar entre expressões faciais emocionais e neutras, tendo sido incluídas as emoções básicas alegria, medo, raiva, tristeza, nojo e surpresa. Os resultados comportamentais parecem apontar para dificuldades no reconhecimento de expressões faciais de tristeza comparativamente com as restantes emoções e expressões faciais neutras. Relativamente aos resultados obtidos para a P100 e N170, estes apontam para a existência de diferenças ao nível do processamento emocional a curtas latências. A longas latências também se verificaram diferenças entre os grupos experimentais para as emoções de medo e raiva. Para a emoção medo verificaram-se diferenças entre o processamento de caras neutras e com conteúdo emocional. Transversalmente, observou-se que o hemisfério que registou maiores amplitudes foi o hemisfério direito. Havendo ainda uma lacuna na literatura relativamente ao estudo da externalização e suas consequências ao nível do processamento facial de emoções, é importante a realização de outras investigações que explorem estes aspetos. Nomeadamente seria de interesse explorar de que forma ocorre o processamento facial de emoções em estímulos faciais cuja intensidade emocional é variável. No entanto, o presente estudo contribui já para uma melhor compreensão dos aspetos comportamentais e correlatos psicofisiológicos associados ao processamento de expressões emocionais em indivíduos com elevada externalização.