Disfunção temporomandibular em cantores líricos: práticas pedagógicas saudáveis

É frequente que os músicos, devido às exigências físicas e mentais da prática do seu instrumento, desenvolvam patologias quando estratégias preventivas não são praticadas. No caso específico dos cantores, a disfunção temporomandibular (DTM) é uma das patologias presentes. Deste modo, pretendeu-se co...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Pimenta, Mariana Andrade (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2014
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10773/12222
País:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/12222
Descrição
Resumo:É frequente que os músicos, devido às exigências físicas e mentais da prática do seu instrumento, desenvolvam patologias quando estratégias preventivas não são praticadas. No caso específico dos cantores, a disfunção temporomandibular (DTM) é uma das patologias presentes. Deste modo, pretendeu-se com este estudo verificar se a prática regular de estratégias pedagógicas específicas a este estudo contribuem para a prevenção da evolução de DTM e a melhoria da função vocal em cantores líricos. Dez estudantes de canto do sexo feminino foram distribuídas em dois grupos: as que foram diagnosticadas com DTM e as que não tinham sido diagnosticadas com DTM por um especialista. Durante 12 semanas, as participantes praticaram um conjunto de exercícios específicos com enfoque nas estruturas articulatórias (i.e. mandíbula, lábios, língua, palato e laringe), preenchendo semanalmente um questionário de avaliação de cada sessão de exercícios realizada. A presença e intensidade da dor na Articulação Temporomandibular (ATM) foi avaliada no início e no fim do estudo com uma escala de medição da dor, assim como a mobilidade das estratégias articulatórias. Mediram-se também as práticas vocais e de estudo destas cantoras, como caracteristicas individuais (como o grau de ansiedade) e a sua reflexão relativamente ao impacto do protocolo de exercícios propostos. Os resultados sugeriram que cantoras diagnosticadas com DTM beneficiaram da prática destes exercícios, contudo é necessária uma adaptação deste modelo de exercícios a cada aluno. Verificou-se a presença de alguns sintomas de DTM nas participantes não diagnosticadas. De um modo geral, as cantoras sem DTM também beneficiaram da prática destes exercícios, melhorando alguns aspetos da sua técnica vocal, embora se tenham verificado dois casos de aumento de dor durante o estudo que, não parecem no entanto estarem associados com a prática em si dos exercícios mas com situações de stresse e ansiedade entretanto geradas. Ainda que num carácter meramente exploratório, poder-se-á concluir que implementação de exercícios articulatórios como prática complementar à rotina vocal diária de um estudante de canto parece constituir uma estratégia de diminuição de problemas articulatórios em cantores com DTM e uma pática preventiva fundamental, quando acompanhada de técnicas de relaxamento, para cantores que não foram diagnosticados com este quadro clínico. Será necessário rever as práticas de estudo de cantores líricos, de forma a verificar se as práticas vocais diárias se direcionam no sentido de uma abordagem da prática do canto lírico enquanto gestalt.