Summary: | A presente investigação tem como objetivo aferir e analisar o impacto da crise atual nas organizações da Economia Social, com especial atenção aos financiamentos e aos projetos. Neste sentido, a investigação incide, numa primeira fase, na compreensão do surgimento da crise atual e o modo como esta se estendeu à Europa. De seguida, contextualiza-se o impacto da crise na Europa, bem como o modo como o mesmo foi agravado por problemas com a dívida soberana. O impacto da crise conduziu o Estado Português à necessidade de recorrer a ajuda externa, o que em contrapartida implicou a adoção de medidas de austeridade que incluem uma reestruturação e redução da despesa pública. Inevitavelmente, estas medidas originaram um impacto negativo na economia e nos seus atores, atingindo também direta e indiretamente a Economia Social. A fim de aferir o impacto da crise atual nas organizações da Economia Social foi aplicado um inquérito por questionário. A amostra do estudo foi constituída por 186 organizações de todo o país e com distintas formas jurídicas. Tendo como base a metodologia quantitativa, realizou-se uma análise estatística descritiva e aplicados testes paramétricos e não paramétricos. Os resultados obtidos confirmam a hipótese de que a crise atual tem um impacto nas organizações da Economia Social, nomeadamente ao nível da redução dos fincamentos e número de projetos executados. Em sentido inverso, o número de clientes/utentes manteve-se ou aumentou, facto que aponta para a importância e situação paradoxal da Economia Social na atual conjuntura.
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