Resumo: | Esta comunicação resulta de um trabalho de investigação desenvolvido em torno de três eixos – saberes básicos, inclusão educativa e diferenciação curricular – que têm vindo a ter uma visibilidade crescente tanto ao nível dos discursos educativos, como das políticas educativas e curriculares para o ensino básico. É imprescindível atender à diversidade, uma realidade cada vez mais comum no interior das salas de aulas, considerando-a não como um obstáculo mas como uma fonte enriquecedora do processo educativo, bem como à necessidade de transformar a escola num espaço de inclusão, para que cada aluno possa munir-se de um conjunto de saberes básicos imprescindíveis à sua integração e participação na sociedade. Neste sentido, importa perceber se os professores estão a conseguir uma efectiva flexibilização e diferenciação curriculares nas escolas ou se, pelo contrário, continuam entrincheirados entre rotinas securizantes, adiando a possibilidade de edificar uma verdadeira escola inclusiva. Partindo desta problemática, este projecto de investigação visou, entre outros aspectos compreender o impacto das políticas educativas e curriculares em termos de práticas inclusivas. Para o efeito, recorremos a uma estratégia metodológica de investigação que incluiu a aplicação de um questionário aos docentes do 1.º Ciclo do Ensino Básico e, posteriormente, a realização de entrevistas, a análise documental e a observação de aulas em duas situações específicas, configurando dois estudos de caso. Como principais conclusões podemos destacar que os dados confirmam e reforçam: (i) a ideia de que as questões curriculares são múltiplas, complexas e colocam-se a diferentes níveis, ou seja, desde o contexto em que o currículo é prescrito até ao contexto em que ele é efectivamente concretizado; e (ii) a recontextualização do currículo constitui um importante desafio tanto ao nível das estruturas como dos instrumentos de gestão curricular das escolas.
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