Summary: | Este artigo faz uma breve revisão de quase um século de pensamento académico em Relações Internacionais (RI) relativamente à Paz e Conflito e suas ligações às abordagens de Resolução de Conflitos. O quadro de análise é baseado na definição de ciência, o que se estuda e como se estuda, que delimita a análise pelos quatro debates em RI: desde 1919 até à década de 1940, o debate entre o idealismo e o realismo; na década de 1950 e 1960, o debate entre o tradicionalismo e o behaviorismo; na década de 1970 e 1980, o debate inter-paradigmático, e; desde a década de 1990, o debate entre racionalistas e reflexivistas. O artigo identifica como a concepção clássica de segurança focada no estado, no sector militar e nas ameaças externas é ampliado para incluir outros actores (indivíduos, grupos, sociedades, civilizações), outros sectores (económico, político, social, ambiental) e ameaças internas. Simultaneamente, identifica os desafios epistemológicos e por vezes ontológicos ao positivismo e racionalismo característico das teorias (Neo) Realistas, (Neo) Liberais e Marxistas, protagonizado por um conjunto de teorias ou abordagens pós-positivistas e reflexivas, como é o caso da Segurança Humana, do Feminismo, do Pós-estruturalismo, do Construtivismo, do Póscolonialismo, dos Estudos Críticos ou da Escola de Copenhaga. O surgimento e desenvolvimento de todas estas teorias e abordagens é contextualizado historicamente juntamente com os desenvolvimentos ocorridos nas abordagens de Resolução de Conflitos.
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