Manifestações gastrointestinais de COVID-19 em idade pediátrica

Introdução: Os sintomas gastrointestinais (GI) associados à COVID-19 têm assumido uma importância crescente, particularmente em idade pediátrica. A expressão de recetores de angiotensina II no trato GI pode estar relacionada, não só com a predominância de sintomas GI, como com a sua apresentação GI...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Queirós, Joana (author)
Other Authors: Salazar, Luís (author), Sousa, Dora (author), Mosca, Sara (author), Fernandes, Alexandre (author), Teixeira, Carla (author), Tavares, Marta (author), Marques, Laura (author), Lima, Rosa (author)
Format: article
Language:por
Published: 2022
Subjects:
Online Access:https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v31.i3.27755
Country:Portugal
Oai:oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/27755
Description
Summary:Introdução: Os sintomas gastrointestinais (GI) associados à COVID-19 têm assumido uma importância crescente, particularmente em idade pediátrica. A expressão de recetores de angiotensina II no trato GI pode estar relacionada, não só com a predominância de sintomas GI, como com a sua apresentação GI isolada em alguns casos. O objetivo deste estudo foi caracterizar uma população de doentes pediátricos com COVID-19 e avaliar o envolvimento GI e a gravidade da doença nesta população. Métodos: Análise retrospetiva e observacional dos processos clínicos de doentes com reação em cadeira da polimerase (PCR) positiva para SARS-CoV-2 entre março de 2020 e setembro de 2021. Resultados: Foram incluídos no estudo 241 doentes pediátricos com COVID-19, 132 (54,7%) dos quais do sexo masculino, com uma idade mediana de 48 meses (variação 10-144 meses). As características da doença foram variáveis, com 95 doentes (39,4%) a apresentar pelo menos uma queixa GI e 8 (3,3%) apenas sintomas digestivos. Foi identificada uma relação estatisticamente significativa entre o envolvimento GI e a idade (sendo aquele mais frequente em crianças mais jovens; p=0,001) e a presença de febre (p=0,001). No grupo com envolvimento GI, 86 crianças (90,5%) apresentaram doença ligeira, 7 (7,4%) moderada e 2 (2,1%) grave. Conclusão: As manifestações GI de COVID-19 em idade pediátrica identificadas neste estudo (39,4%) são mais frequentes do que as reportadas na literatura em idade adulta (12%). O seguimento telefónico permitiu detetar sintomas que de outra forma poderiam passar despercebidos. Dada a grande variedade de sintomas, os clínicos devem manter um elevado índice de suspeição para esta infeção em crianças com sintomas GI, mesmo em ausência de febre.