Optimismo e vinculação na transição para o ensino superior: relação com sintomatologia psicopatológica, bem-estar e rendimento académico

O presente estudo pretende analisar as relações existentes entre o optimismo disposicional e a vinculação (à mãe, ao pai, a outra pessoa significativa e vinculação global) e a adaptação psicológica e académica na transição para o ensino superior. Através de um design longitudinal, avaliámos uma amos...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Monteiro, Sara Otília Marques (author)
Formato: doctoralThesis
Idioma:por
Publicado em: 2011
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10773/1116
País:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/1116
Descrição
Resumo:O presente estudo pretende analisar as relações existentes entre o optimismo disposicional e a vinculação (à mãe, ao pai, a outra pessoa significativa e vinculação global) e a adaptação psicológica e académica na transição para o ensino superior. Através de um design longitudinal, avaliámos uma amostra de estudantes do 1.º ano do ensino superior. Um total de 316 estudantes foi avaliado num primeiro momento (início do 1.º semestre) e um total de 141 estudantes foi avaliado num segundo momento (final do 1.º semestre). O optimismo disposicional foi avaliado através do Life Orientation Test – Revised (Scheier, Carver, & Bridges, 1994; versão Portuguesa: Monteiro, Tavares, & Pereira, 2006c) e a vinculação foi avaliada através da Avaliação de Relações Significativas (ARS; Monteiro, Tavares, & Pereira, 2006b). A adaptação na transição para o ensino superior avaliou-se através de indicadores de saúde mental e de rendimento académico. A sintomatologia psicopatológica foi avaliada através do Brief Symptom Inventory (BSI; Derogatis, 1982; versão Portuguesa: Canavarro, 1999a) e o bem-estar psicológico foi avaliado através da Échelle de Mesure des Manifestations du Bien-Être Psychologique (EMMBEP; Massé et al., 1998; versão Portuguesa: Monteiro, Tavares, & Pereira, 2006a). Os estudantes forneceram ainda indicadores de rendimento académico (n. º de disciplinas realizadas no 1. º semestre e a respectiva média global). Os principais resultados são: (a) o estudante do 1.º ano apresenta níveis de sintomatologia psicopatológica mais elevados do que a população normal e níveis de bem-estar psicológico mais reduzidos do que a população utilizada no estudo do instrumento de avaliação do bem-estar psicológico, no início e no final do 1.º semestre; (b) o estudante optimista demonstra uma melhor adaptação psicológica e académica, no início e no final do 1.º semestre; (c) o estudante com estilo de vinculação seguro (mãe, pai, outra pessoa significativa e vinculação global) demonstra os níveis mais reduzidos de sintomatologia psicopatológica, no início e no final do 1.º semestre; (d) o estudante com estilo de vinculação preocupado (mãe, pai e vinculação global) demonstra os níveis mais elevados de bem-estar psicológico, no início e no final do 1.º semestre (e) o estudante com estilo de vinculação seguro (outra pessoa significativa) demonstra os níveis mais elevados de bem-estar psicológico, no início e no final do 1.º semestre; (f) o estilo de vinculação parece não estar relacionado com a adaptação académica; (g) o suporte social medeia os efeitos do optimismo disposicional no bem-estar psicológico, no final do 1.º semestre; e (h) o suporte social medeia os efeitos da vinculação na sintomatologia psicopatológica, no final do 1.º semestre. A interpretação dos resultados, bem como as possíveis implicações destes em termos de prevenção e intervenção, são discutidos à luz de literatura relevante.