Summary: | Apresento neste trabalho os resultados de uma pesquisa realizada sobre o cuidado com a velhice-dependente, especificamente com as pessoas que convivem com a doença de Alzheimer que frequentam grupos de apoio na região metropolitana do Recife/PE. As mudanças sociais, culturais, econômicas do século XXI requerem abordagens interdisciplinares nas pesquisas sociais que envolvem saúde e doença. Constata-se que a redução da natalidade juntamente com o aumento de expectativa de vida realçam as novas configurações familiares, por isso emerge-se estudar as experiências objetiva/subjetiva da velhice e da velhice-dependente, e como está sendo configurada a construção do cuidado para as famílias. O envelhecimento humano como fenômeno social, inserido no atual contexto sociocultural, é uma das preocupações das ciências sociais. Procuro desenvolver neste trabalho um olhar antropológico sobre o cuidado com a velhice-dependente, que conceituo como pós-velhice. É nessa perspectiva que proponho apresentar as configurações resultantes do convívio com a doença de Alzheimer no contexto familiar: significados, relações sociais, relações intergeracionais e conflitos. A pesquisa foi realizada com familiares de idosos que participam de grupos de apoio aos cuidadores da doença de Alzheimer na região metropolitana do Recife/PE, no ano de 2011. Utilizou como metodologia qualitativa entrevistas semi-estruturadas e observação participante nas reuniões com os grupos. As análises dos dados coletados demonstram como é necessário e urgente debater as nossas velhices-dependentes na atual conjuntura sociocultural e econômica.
|