Suplementação oral de magnésio na prevenção de cãibras musculares: revisão baseada na evidência

Objetivo: Rever a evidência sobre a eficácia da suplementação oral de magnésio na prevenção de cãibras musculares, sem patologia evidente associada, em indivíduos adultos. Fontes de dados: National Guideline Clearinghouse, Canadian Medical Association Practice Guidelines Infobase, Guidelines Finder,...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Palha,Cátia (author)
Outros Autores: Gouveia,Miguel (author), Fernandes,Sara Guimarães (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2020
Assuntos:
Texto completo:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732020000100005
País:Portugal
Oai:oai:scielo:S2182-51732020000100005
Descrição
Resumo:Objetivo: Rever a evidência sobre a eficácia da suplementação oral de magnésio na prevenção de cãibras musculares, sem patologia evidente associada, em indivíduos adultos. Fontes de dados: National Guideline Clearinghouse, Canadian Medical Association Practice Guidelines Infobase, Guidelines Finder, The Cochrane Library, DARE, Bandolier, Evidence-Based Medicine Online e PubMed. Métodos: Pesquisa realizada no dia 4 de julho de 2018 com os termos MeSH muscle cramp, magnesium e magnesium compounds de meta-análises, revisões sistemáticas, ensaios clínicos aleatorizados e controlados (ECAC), estudos de coorte e caso-controlo e normas de orientação clínica publicados desde 1 de janeiro de 2008 nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola. Para atribuir níveis de evidência (NE) e forças de recomendação foi utilizada a Strength of Recommendation Taxonomy (SORT), da American Academy of Family Physicians. Resultados: Dos 47 artigos encontrados, cinco cumpriram os critérios de inclusão: uma meta-análise (NE 2), três revisões sistemáticas (NE 2) e um ECAC (NE 2). Não foram identificados estudos relativos a cãibras associadas ao exercício. Os estudos são consensuais na aparente ausência de eficácia do magnésio na prevenção de cãibras idiopáticas. Quanto às cãibras associadas à gravidez, a evidência é inconsistente. Contudo, o uso de amostras pequenas, períodos de follow-up curtos e a heterogeneidade das metodologias (população, tipo de suplemento, posologia, outcomes) comprometem a extrapolação e reduzem a força das conclusões obtidas. Conclusão: Perante a evidência encontrada, a suplementação oral de magnésio na população geral parece não ser eficaz na prevenção de cãibras idiopáticas (SORT B), não havendo evidência que suporte a sua prescrição por rotina na prática clínica. Nas cãibras associadas à gravidez a evidência da suplementação oral de magnésio não é clara (SORT B). Para obter conclusões mais robustas são necessários ECAC de melhor qualidade e com metodologias mais homogéneas.