Resumo: | A depressão é uma doença do foro psicológico que se caracteriza pela presença de humor deprimido, perda de interesse ou prazer, pensamentos suicidas, tristeza súbita, ansiedade, irritabilidade e baixa auto-estima. As causas que levam ao seu aparecimento ainda não se encontram totalmente esclarecidas, no entanto várias teorias apontam para alterações morfológicas a nível cerebral causadas pelo défice de monoaminas. Segundo dados revelados pela Organização de Saúde (OMS) a depressão tem aumentado drasticamente nos últimos anos e estima-se que em 2020 seja a segunda doença mais prevalente a nível mundial apenas ultrapassada pelas doenças cardiovasculares, assim com este aumento exponencial dos transtornos depressivos também o consumo de antidepressivos aumentou, cerca de 25,4% nos últimos 5 anos. Os primeiros fármacos antidepressivos foram descobertos acidentalmente sendo eles os antidepressivos tricíclicos e os inibidores da monoaminoxidase, estes fármacos tornaram possível o tratamento da depressão, no entanto devido à falta de seletividade e à interação com certos alimentos tornaram estas classes de antidepressivos um tratamento de segunda linha uma vez que provocam vários efeitos adversos graves podendo mesmo originar a morte do paciente. Devido aos vários efeitos secundários dos primeiros antidepressivos utilizados, surgiram novas classes farmacológicas para o tratamento da depressão de forma a proporcionar um tratamento igualmente eficaz mas sem os indesejáveis efeitos adversos dos primeiros antidepressivos sendo eles, os Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS) e Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (ISRSN), estes segundos têm uma maior seletividade para os recetores responsáveis pelo aparecimento da depressão, no entanto devido ao facto de a depressão ser uma doença do foro psicológico, diferentes pessoas reagem de modo diferente a cada fármaco. Atualmente, os mais recentes fármacos antidepressivos são mais eficazes, têm menos efeitos colaterais, menor tempo de latência e diferentes mecanismos de ação do que os seus antecessores. Nas mais recentes abordagens farmacológicas no tratamento da depressão encontram-se fármacos como o escitalopram (ISRS), a duloxetina (ISRSN), a reboxetina considerada um potente inibidor da recaptação de noradrenalina (ISRN), o bupropiom que é o único inibidor seletivo de recaptação de dopamina e noradrenalina e a agomelatina que é talvez o fármaco com o mecanismo de ação mais inovador e diferente de todos os outros pois não atua a nível das monoaminas mas sim na regulação do ciclo circadiano e por isso é considerado um antidepressivo melatoninérgico. Todos estes antidepressivos atualmente usados têm a sua eficácia comprovada no tratamento da depressão e os seus benefícios/riscos serão abordados posteriormente. A elaboração deste trabalho de revisão bibliográfica foi elaborada através de uma pesquisa sobre o tema, através de várias publicações científicas, livros da especialidade e monografias.
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