A lógica do desmedido como traumatologia do ser – Martin Heidegger e Günther Anders

Segundo Heidegger, a orientação no desmedido é uma consequência da história da metafísica e, daí, uma consequência do crescente esquecimento do Ser. Mais especificamente, a orientação no desmedido é a manifestação por assim dizer lógica da falta de medida que, a meu ver, se prende essencialmente com...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Sylla, Bernhard (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2016
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/1822/47272
País:Portugal
Oai:oai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/47272
Descrição
Resumo:Segundo Heidegger, a orientação no desmedido é uma consequência da história da metafísica e, daí, uma consequência do crescente esquecimento do Ser. Mais especificamente, a orientação no desmedido é a manifestação por assim dizer lógica da falta de medida que, a meu ver, se prende essencialmente com o topos da ‘quadrindade’ e o eminente perigo da sua ‘desarticulação’ e assim com a consequente impossibilitação do seu acontecer. Sintoma desta desarticulação é o crescente esvaziamento da quadrindade, i.e. o aparecimento da falta dos seus quatro elementos. Embora Günther Anders seja um leitor crítico de Heidegger, penso que é frutífero ler algumas partes da sua obra como um complemento interessante da análise do fenómeno do desmedido e da falta de medida, principalmente no que diz respeito à falta dos mortais. Segundo Anders, o desmedido que se manifesta nos sintomas da ‘vergonha prometeica’ e da criação da bomba atómica conduz precisamente à aniquilação do homem como ser mortal. A justaposição e comparação das reflexões de Heidegger e Anders têm o intuito de lançar alguma luz sobre a ‘lógica oculta’ do fenómeno do desmedido e da falta de medida. Defender-se-á a tese da traumatologia inerente ao combate entre desmedido e medida, uma traumatologia que mais se assemelha a uma traumatologia do ser do que uma traumatologia psicológica.