Resumo: | INTRODUÇÃO: Portugal apresenta uma das maiores taxas de morte em meio hospitalar da Europa. Contudo, não são conhecidos os números referentes às reais necessidades de cuidados paliativos e relativos ao uso do Liverpool Care Pathway (LCP) como guia de orientação de boas práticas para os cuidados em fim de vida. OBJETIVOS: Caracterizar os doentes com necessidades de cuidados paliativos num Hospital da ARS Lisboa e Vale do Tejo; Avaliar se o Liverpool Care Pathway está a ser utilizado como guia orientador da prestação dos cuidados de saúde nos doentes com necessidades paliativas e com prognóstico de vida estimado em 15 ou menos dias; Identificar razões para a não utilização do Liverpool Care Pathway, se caso disso. METODOLOGIA: Estudo descritivo, transversal e observacional. Foram recolhidas informações de 36 profissionais de saúde. Foi recolhida uma amostra de 198 doentes adultos, internados no Hospital da ARS Lisboa e Vale do Tejo , avaliados pelos respondentes médicos e enfermeiros. Foi utilizado como instrumento de colheita de dados um questionário adaptado de The GSF Prognostic Indicator Guidance - 4th Edition e NECPAL – CCOMS. RESULTADOS: A idade média da amostra foi de 70 anos, com internamento médio de 21 dias. Os técnicos de saúde referiram não ficar surpreendidos se 28.8% % dos doentes falecessem no espaço de 15 dias, mas apenas 10.1% foram referenciados para os cuidados paliativos. A maioria dos participantes tinha uma doença não oncológica, contudo é nestes doentes que os profissionais revelaram menores expectativas de tempo de vida. Nenhum profissional referiu utilizar o LCP para orientação da prestação de cuidados de saúde a doentes com prognóstico estimado de 15 ou menos dias. Da totalidade dos profissionais apenas um médico e um enfermeiro referiram conhecer este documento. CONCLUSÕES: Parece existir, por um lado, dificuldade dos profissionais de saúde referenciarem os doentes com necessidades paliativas, e por outro, um quase total desconhecimento do LCP.
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