Design para o envelhecimento: a dimensão simbólica na superação do estigma em equipamentos de auxílio

Nas últimas décadas houve um crescimento significativo da população sênior no mundo, sobretudo no continente europeu. Esse acréscimo populacional cria um conjunto de novos problemas para a mobilidade que antes eram circunscritos apenas a uma pequena parte da população. Os produtos assistivos à march...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Rodrigues, Yago Weschenfelder (author)
Formato: doctoralThesis
Idioma:por
Publicado em: 2021
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10773/31545
País:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/31545
Descrição
Resumo:Nas últimas décadas houve um crescimento significativo da população sênior no mundo, sobretudo no continente europeu. Esse acréscimo populacional cria um conjunto de novos problemas para a mobilidade que antes eram circunscritos apenas a uma pequena parte da população. Os produtos assistivos à marcha, como bengalas e muletas, fazem parte do universo material do sênior e trazem não só o amparo na locomoção, mas também ativam processos de subjetivação complexos, evocam aspirações ligados à cultura, à massificação e aos valores simbólicos. Além disso, constata-se uma significativa carência de investigações no campo do Design que problematize a relação entre o sênior e os estigmas associados ao equipamento de auxílio. Neste cenário contemporâneo, os equipamentos de ajuda nem sempre oferecem um ideal de conforto e segurança, para além de carregarem uma estética médico-hospitalar estigmatizante. Esta investigação teve como objetivo compreender a experiência de seniores com equipamentos de auxílio, em três ambientes: doméstico, urbano e institucional em Portugal. O método adotado foi uma pesquisa em campo, em um processo exploratório e progressivo, dividido em cinco grandes fases (exploração, avaliação, ideação, criação e validação). Dessa maneira, foi possível avaliar de forma ampla os produtos assistivos, de acordo com cada contexto, relacionando, assim, a causa e efeito dos problemas observados. Os resultados da investigação foram divididos em três partes: a primeira, trata-se da construção de modelos conceituais (como o conceito de dispositivo) para analisar o processo do estigma em tecnologias assistivas; a segunda, foram recomendações para os ambientes da casa do sênior e, também, para as bengalas e muletas; a terceira parte, foi o desenvolvimento e validação do projeto Walk-ID (capas anti-estigma) através da tecnologia de impressão em 3D. O principal contributo desta investigação foi detectar o processo de estigma dos equipamentos de auxílio à marcha no envelhecimento e melhorar a qualidade da mobilidade por meio de um projeto que supere o estigma social, provendo sua personalização e conexão emocional entre o equipamento e o sujeito sênior. Por fim, foram trilhados novos caminhos para contribuir no aprofundamento científico da área do Design Inclusivo, compreendendo uma visão multifacetada do sujeito idoso com seu produto assistivo, através de uma abordagem interdisciplinar, entrelaçando o campo do Design com a sociologia, psicologia e a área da saúde.