Resumo: | Colocada no epicentro de um vasto processo transformacional por que passam o mundo e a sociedade, a escola atual vê-se confrontada com a necessidade de estabelecer opções: regenerar-se e dar uma resposta eficiente aos desafios que lhe são colocados, antecipando-se aos acontecimentos, repensando-se a si mesma ou entrar num processo de cristalização, acomodamento e estagnação, não renovando as suas propostas, as suas ideias e a sua visão, atuando apenas de uma forma reativa. Pensando sobre si própria, questionando-se sobre os seus pilares e fundamentos, equacionando, na assunção de um novo paradigma, novas práticas e soluções para os problemas, traçando, com visão estratégica, objetivos a longo prazo, tal como sugerem os defensores da escola reflexiva, a escola poderá encontrar o seu mais profundo sentido e projetar o seu futuro de uma forma promissora, estando mais habilitada para cumprir mais eficazmente a sua missão: educar e promover aprendizagens em contextos de grande mudança, incerteza e complexidade. A implementação de uma escola pensante implica uma formação reflexiva dos professores, orientada holisticamente para um desenvolvimento e uma aprendizagem contínuas, processo no qual aprender a aprender se torna imperativo. Assim entendida, esta comunidade de aprendizagem (Alarcão, 2009) remete-nos para uma supervisão pedagógica que abrange toda a escola, não se cingindo ao imediato e ao observável, estendendo-se, caleidoscopicamente, a toda a instituição, num olhar profundo sobre si mesma. Decorrendo desta conceptualização da escola, foi concebido este trabalho com o objetivo geral de dar resposta à seguinte questão: como realizar a supervisão pedagógica no quadro de uma escola reflexiva? Fruto da investigação realizada, concluímos que a implementação de uma escola reflexiva e de um novo tipo de supervisão pedagógica são dificultadas por diversos obstáculos, cuja remoção requer uma grande mobilização de todos os atores educativos e uma rutura de paradigma conducente à afirmação dos professores enquanto práticos reflexivos. Com o propósito de dar resposta ao problema suscitado, foi delineado um projeto de intervenção, apontando-se para a dinamização de uma oficina de formação, na convicção de que, por essa via, com grande potencial formativo, se poderá dar solução ao problema encontrado, apostando na possibilidade de se promover e exponenciar a reflexividade docente e abrir caminho para novas oportunidades de crescimento profissional, na certeza de que tal caminhada, ainda que não sendo linear e isenta de dificuldades, poderá culminar num alargar de horizontes tão gratificante quanto inadiável.
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