Resumo: | O objetivo deste artigo é apresentar a poesia experimental portuguesa através da identificação de certos ecos e nexos que as suas criações verbivocovisuais estabelecem com as propostas estéticas de Ernesto de Sousa, colocando-os por isso em diálogo. Pretende-se para isso focalizar o estudo do experimentalismo poético em vetores orientadores que acreditamos permitir uma abordagem mais adequada à multiplicidade e profusão do corpus disponível. Esse foco norteador será construído a partir do conceito de diálogo(s): diálogo com o leitor (a obra em relação interativa com o receptor, isto é, a sua abertura à interpretação); diálogo com a escrita (a obra reflexiva em relação à linguagem, a sua abertura ao código); e diálogo com a tradição (a obra como releitura e reescrita, a sua abertura ao mundo). Conclui-se que a poesia experimental sinaliza uma libertação do texto em direção ao leitor, ao código e a uma renovação da tradição: a uma libertação que é simultaneamente estética e política, aspetos aqui referidos como poeprática e poelítica.
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