Summary: | Al-Zuabi e Al-Suwayan (2004) defendem a importância de avaliar a severidade da sintomatologia depressiva. Num estudo realizado por Hirschfeld e Klerm (1979, in Orsini, 2006), os autores concluíram que existem características específicas da personalidade de pacientes com diagnóstico de depressão, entre as quais serem introvertidos, dependentes, pessimistas e apresentarem pouca auto-confiança. O presente estudo procura contribuir para um conhecimento mais aprofundado acerca da influência de determinadas características personalísticas, na severidade dos sintomas de um quadro clínico depressivo. Para o efeito, foi recolhida uma amostra de 93 participantes, residentes no concelho de Castelo Branco, sendo 44 destes, da amostra clínica, de ambos os sexos, maiores de 16 anos, com diagnóstico de depressão, que frequentam o Serviço de Psicologia da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco – Hospital Amato Lusitano, e os restantes 49 sujeitos, de ambos os sexos, maiores de 16 anos, da amostra normativa. Os instrumentos utilizados para a recolha de dados foram o IACLIDE, para a avaliação da severidade da sintomatologia depressiva, o Mini-Mult, para avaliação dos traços de personalidade e, no caso dos participantes da amostra clínica, os processos clínicos para a recolha de dados biográficos e outra informação referente aos dados clínicos. Os resultados obtidos demonstraram, relativamente às características de personalidade, que os sujeitos clínicos apresentaram valores médios mais elevados nas escalas oito escalas clínicas do Mini-Mult, comparativamente com os sujeitos da amostra normativa. No que respeita à severidade da sintomatologia depressiva em relação aos traços de personalidade conclui-se que existem diferenças significativas nas escalas de Hipocondria, Histeria, Depressão e Psicastenia, relativamente à gravidade da depressão. Foi igualmente possível constatar que os traços de Depressão e Esquizofrenia agravam significativamente o quadro depressivo, isto é, sujeitos com estas características de personalidade tendem a desenvolver depressões mais graves. Neste sentido aceita-se a questão central deste estudo, e conclui-se que existem determinados traços de personalidade que podem influenciar significativamente a gravidade do quadro clínico depressivo dos sujeitos.
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