Summary: | O presente estudo, tem como objectivo a caracterização da relação entre a criatividade e a inteligência, contribuindo para a sinalização da sobredotação e talento, averiguando a sua relação com o rendimento académico e também com as auto-avaliações dos alunos. Para tal, foi realizado um estudo com base numa amostra de 124 estudantes do terceiro ciclo do ensino básico e do ensino secundário, dos quais 54,03% são do sexo masculino e 45,97% do sexo feminino. Avaliaram-se os participantes neste estudo através da aplicação do TTCT: versão figurativa (Torrance Test of Creative Thinking), para se avaliar a criatividade; foi também aplicado a BPR 7/9 e 10/12 (Bateria de Provas de Raciocínio), destinada para avaliar as capacidades cognitivas de alunos; e também a BISAS/T-AA (Bateria de Instrumentos para a Sinalização de Alunos Sobredotados/ Talentosos, Almeida, Oliveira & Melo, 2002) para aceder à auto-avaliação dos alunos, em relação a diferentes domínios; e por fim recorreu-se ao levantamento das classificações académicas dos alunos às disciplinas de português e matemática, para avaliar o rendimento académico. Como principais conclusões, obtivemos que a criatividade não se encontra relacionada com a inteligência, na criatividade não se observaram diferenças de género e o “grupo com desempenho superior” destaca-se na originalidade e na elaboração nas provas de raciocínio abstracto e raciocínio verbal, respectivamente. Na BISAS/T-AA os rapazes autoavaliaram-se melhor na tecnologia (t=3,25; p<0,01) e as raparigas na escrita (t=2,56; p>0,05), constatou-se também que ao alunos que se auto avaliaram nas áreas cognição e escrita tinham melhores resultados nas disciplinas de português e matemática.
|