Summary: | Partindo de dois textos sobre essencialidades do género feminino, relativos a uma aldeia no norte de Portugal, publicados em 1938 e 1990, respectivamente, proponho: 1) uma reflexão sobre “fala”, um atributo associado ao canto, que definiu a sexualidade da mulher em Manhouce e os espaços de interlocução propiciados pela música; 2) a análise do percurso da solista Isabel Silvestre que disseminou um conjunto de competências musicais – que em Manhouce definiam a subalternidade da mulher em relação ao homem -, na indústria da música associada ao folclore e ao pop/rock. Discuto, também, razões que justificam a persistência de ideias de essencialidade, no que se refere às representações da mulher, em Portugal.
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