| Summary: | Este estudo analisa a cerâmica comum de dois contextos descobertos nos níveis de abandono e destruição do pátio da Oficina de salga 1 de Tróia. O estudo da cerâmica fina e das ânforas datou os contextos entre o final do século IV e o segundo quartel do século V. O conjunto apresenta uma diversidade considerável de produções, mas 90% concentram-se em seis grupos de fabrico, que foram ainda reunidos em dois conjuntos composicionais pela análise arqueométrica e verificados pelos agrupamentos formais. Ao nível das formas a composição dos conjuntos é muito próxima à de outros de cariz tipicamente doméstico na Lusitânia, dissociando este contexto de uma formação fruto da produção industrial nas oficinas. A importância dos diferentes recipientes no conjunto aproxima-o claramente dos mais tardios da ocupação romana, demonstrando que a comunidade do início do século V de Tróia se integra numa evolução normal que existiu no litoral ocidental e interior da Lusitânia nesses séculos. As presenças mais longínquas demonstram ainda a vitalidade das rotas provenientes do Mediterrâneo, mas também podem ser indícios do peso de uma dieta típica do sul mediterrânico.
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