Resumo: | A dificuldade dos pais e mães no exercício da parentalidade e ainda o crescente número de divórcios nos países ocidentais têm feito surgir novos desafios e problemas que podem dificultar a coparentalidade. Estas mudanças reforçam o que na literatura é designado por Alienação Parental, isto é, quando o pai/mãe, através de estratégias manipuladoras, denegrindo a imagem do outro progenitor, o exclui da vida do filho e destrói o vínculo entre ambos, o que constitui uma situação de risco para as crianças/jovens (Fonseca, 2006). Este projeto de investigação pretende acrescentar contributos à compreensão da Alienação Parental através de um estudo exploratório sobre a coparentalidade em mães e pais divorciados, separados ou em processo de divórcio, quando comparados com progenitores casados ou em união de facto. Foi utilizada uma bateria de instrumentos, que inclui um Questionário Sociodemográfico e Familiar, o Questionário de Coparentalidade (Pedro & Ribeiro, 2008), que se encontra aferido para a população portuguesa e, por fim, um Questionário de Alienação Parental construído para este estudo. Após a análise descritiva e inferencial (p<.05) dos dados (testes não paramétricos), com uma amostra de 132 participantes, foi possível apurar diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos nas dimensões de coparentalidade e na Alienação Parental (variáveis correlacionadas entre si neste estudo). Outras variáveis revelaram-se significativas neste âmbito, nomeadamente a conflitualidade percebida na relação e o apoio formal. O instrumento construído revelou características psicométricas adequadas. Espera-se com a concretização do projeto de investigação poder acrescentar contributos para a compreensão da Alienação Parental no nosso país.
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