Summary: | Os estudos sobre idade adulta, a velhice e o processo de envelhecimento, têm vindo a adquirir um relevo e pertinência neste início do século vinte e um, devido à evolução demográfica que se assiste no mundo ocidental (Fonseca, 2006). Em Portugal, os Censos 2011 (INE, 2011) refletem um perfil demográfico caracterizado por um aumento da população mais idosa e pela diminuição da população mais jovem, motivada sobretudo pela diminuição da natalidade. Este presente estudo pretendeu testar empiricamente qual o perfil ao nível das características de personalidade em idosos que apresentam envelhecimento ativo de acordo com o modelo de envelhecimento ativo da WHO (2002), e os idosos que não apresentam esta condição. Realizando para tal um estudo quantitativo, utilizando o instrumento NEO (Bertoquini & Pais-Ribeiro, 2006), este é um instrumento que avalia as dimensões neuroticismo, extroversão e abertura à experiência. A amostra desta investigação é constituída por 89 indivíduos (N=89), dos quais 46 apresentam algum tipo de participação social, atividade profissional ou voluntariado, ou seja os idosos com envelhecimento ativo, os restantes 43 idosos com envelhecimento não ativo. A análise de resultados recolhidos permitiu verificar que os idosos com envelhecimento ativo têm valores de neuroticismo inferiores aos idosos com envelhecimento não ativo. No domínio extroversão, não se verificaram diferenças entre os dois grupos. Quanto ao domínio abertura à experiência os idosos que apresentam envelhecimento não ativo revelam valores mais elevados do que os idosos com envelhecimento ativo. Estes resultados permitem verificar a influência que as características de personalidade têm no envelhecimento ativo ou não ativo, principalmente no que respeita aos domínios neuroticismo e abertura à experiência.
|