A educação para a saúde: o familiar cuidador da pessoa com esquizofrenia e a importância da atividade física

O papel da família no que respeita aos cuidados continuados das pessoas com esquizofrenia, a partir dos anos 70 do século XX, no contexto brasileiro, passou a ter um novo enfoque devido à desinstitucionalização dos doentes mentais. O familiar, que passou a exercer a função de cuidador informal, assu...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Lomeo, Roselane da Conceição (author)
Formato: doctoralThesis
Idioma:por
Publicado em: 2020
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10773/28475
País:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/28475
Descrição
Resumo:O papel da família no que respeita aos cuidados continuados das pessoas com esquizofrenia, a partir dos anos 70 do século XX, no contexto brasileiro, passou a ter um novo enfoque devido à desinstitucionalização dos doentes mentais. O familiar, que passou a exercer a função de cuidador informal, assumiu uma responsabilidade de acompanhamento, que pode ser exercida com mais ou menos esforços, consoante a sua rede de apoio social e de saúde. Uma das questões a considerar é que o cuidador informal, em parte, não detém informação necessária para assumir a tarefa de cuidar, por falta de conhecimentos técnicos, e alterações na sua vida profissional, pessoal e social, quando assume a tarefa dos cuidados da pessoa com doença mental. Tendo em conta esta problemática, procedeu-se a uma investigação no Brasil, que abrangeu de julho a dezembro de 2015, e em que foram abordados 31 familiares cuidadores de pessoas com esquizofrenia, atendidos em Centros de Convivência e Cultura, do município de Belo Horizonte, estado de Minas Gerais. Elaborou-se um programa de intervenção psicoeducativa orientado por exercícios de alongamento e relaxamento, o qual foi aplicado aos familicares cuidadores, em 24 sessões de 60 minutos cada, durante o período de seis meses. A intervenção pretendeu promover o autocuidado com vistas a diminuir a sobrecarga e stress nos familiares cuidadores. A metodologia da investigação incluiu o método misto. Recorreu a um questionário sociodemográfico, à Escala de Sobrecarga Familiar (FBIS-BR) validada transculturalmente para o Brasil por Bandeira, Calzavara, & Castro (2008), para verificar o nível de sobrecarga dos familiares cuidadores, e à Escala de percepção de Stress (EPS-10), validada para o Brasil por Reis, Hino, & Rodrigues-Añez (2010). Verificou-se a presença de stress e sobrecarga nos familiares cuidadores, embora em nível não elevado. A intervenção psicoeducativa proporcionou aos familiares contributos relacionados com o seu bem-estar físico e mental, além da autovalorização, autocontrolo do impulso, e percepção da importância do autocuidado. Conclui-se que intervenções de caráter psicoeducativo, apoiadas em atividade física sustentada em exercícios de alongamento e relaxamento aplicados em familiares cuidadores, podem contribuir para uma melhor condição de saúde destes.