O laboratório de André Gonçalves e os programas de pintura no barroco quinto-joanino

A presente tese sob o título O ‘Laboratório’ de André Gonçalves e os programas do Barroco quinto-joanino, visa suprir o ainda insuficiente reconhecimento da historiografia da arte nacional a sujeito da produção artística de um dos mais importantes pintores do Barroco português, André Gonçalves (1685...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Isidro, Susana Patrícia Correia (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2015
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10451/18374
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ul.pt:10451/18374
Description
Summary:A presente tese sob o título O ‘Laboratório’ de André Gonçalves e os programas do Barroco quinto-joanino, visa suprir o ainda insuficiente reconhecimento da historiografia da arte nacional a sujeito da produção artística de um dos mais importantes pintores do Barroco português, André Gonçalves (1685-1762), criador de uma vasta escola com discípulos e epígonos. Com pretensão de se apresentar as quatro telas atribuídas à fase madura da sua carreira (c.1730-1740), que se encontravam na penúria do conhecimento dos historiadores de arte e da comunidade científica em geral. Estuda-se o conceito de “Laboratório” apoiado numa oficina portuguesa do século XVIII e as suas prerrogativas de trabalho e difusão de modelos. As telas representam a Anunciação, a Visitação, São João Evangelista em Patmos e o Sacrifício de Manoá, medem cerca de 200 cm de altura por cerca de 175 cm de largura, são pinturas a óleo e encontram-se actualmente a ladear a capela-mor da igreja da Nossa Senhora da Conceição, no Seixal. Com base na informação dos Boletins da Academia Nacional de Belas Artes, sobre a exclaustração e dispersão de bens dos conventos, desconfia-se que tenham sido “vítimas” da lei de 1834, e que seriam provenientes, como tudo leva a conjecturar, dos acervos de algum dos antigos conventos do concelho de Vila Franca de Xira. Para compreender as condições de aprendizagem e de produção em que o mestre auto intitulado Pintor ingénuo Ulyssiponense laborou, e se estabeleceu como um dos que mais prosperou na actividade no tempo, estudam-se as linhas da evolução pictórica, os estilemas e as linhas da continuidade discipular que prosseguem até ao último quartel de Setecentos, com nomes como José da Costa Negreiros, João dos Santos Ala, Joana do Salitre e Joaquim Manuel da Rocha. Em paralelo, é importante assimilar o impacto do uso recorrente de gravuras europeias de áureos pintores, como os desta oficina, as quais contribuíram como fontes de unidades iconográficas para o pintor André Gonçalves, o qual transporto-as como modelos para traduzir os valores plásticos, bem como divulgar preceitos artísticos em função de satisfazer uma elite setecentista portuguesa conquistada pelas Academias estrangeiras.