Summary: | Introdução: A autocompaixão, considerada uma estratégia de regulação emocional, tem sido associada ao bem-estar (Neff, 2003a), tendo um efeito amortecedor no progresso da psicopatologia (Castilho & Gouveia, 2011). O bem estar subjetivo é a forma como as pessoas avaliam as suas vidas, que abarca a componente afetiva expressa na forma de afeto positivo e negativo (Diener, 1996; Nogueira, 2015). A sintomatologia depressiva, quando diagnosticada, é uma perturbação afetiva/ emocional que envolve alterações a nível cognitivo, emocional, comportamental e fisiológico (Borralha, 2011). Objetivos: Avaliar a relação entre autocompaixão, sintomatologia depressiva e afeto positivo e afeto negativo, e a variância destas dimensões psicológicas em função do género e grupos de idades. Participantes: Nesta investigação participaram 520 indivíduos, com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos (M=33.8), dos quais 260 são do sexo feminino 260 do sexo masculino. A maioria está num namoro/compromisso 33.7% (n=175), 27.5% (n=143) estão solteiros e 20.6% (n=107) encontram-se numa união de facto. Em termos de escolaridade 56.1% (n=292) têm formação universitária e 175 com 4 anos de escolaridade (33.8%). Instrumentos: Escala da Autocompaixão (Self-Compassion Scale – SCS), adaptada para português, por Castilho e Pinto-Gouveia (2006); Escala do Afeto Positivo e Afeto Negativo — PANAS de Watson, Clark e Tellegen (1988) e Questionário de Saúde Mental – Brief Symptom Inventory 18 (BSI-18) – de Degoratis (2000), adaptado por Canavarro (1999). Resultados/conclusão: Os resultados obtidos mostram valores elevados de autocompaixão, maiores valores no afeto negativo do que no positivo e níveis elevados de sintomatologia depressiva. Os resultados indicam associação muito fraca entre as variáveis em estudo. Na relação entre as variáveis, a autocompaixão mostra ter uma correlação positiva para com o afeto positivo, negativa com o afeto negativo e sintomatologia depressiva, estando estas duas últimas relacionadas de forma positiva. Não se encontraram diferenças estatisticamente significativas entre as pontuações médias nas variáveis estudadas em função do género e dos grupos de idades.
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