Resumo: | O fenómeno da subtracção no âmbito arquitectónico, empírica e pragmática, escavada ou subterrânea, desde as suas formas intemporais até às mais recentes expressões reinterpretativas contemporâneas, conceptuais e abstractas, é princípio criativo e metodológico de projecto já com ramificações em obras produzidas no contexto português. Apoiados numa abrangente revisão temática, através da análise crítica e exploratória, assim como, da selecção de paradigmas arquitectónicos onde esta se exprime, pretende-se comprovar a lógica reducionista como processo operativo eficiente e identificar os seus fundamentos teóricos entre os autores que, ao longo do tempo, materializaram princípios e referências de composição subtractiva, valorizando os conceitos de vazio e de limite numa visão que encontra um renovado fulgor estético com a ampliação minimal e estruturalista na arte e na arquitectura. A pertinência desta pesquisa está na identificação das características predominantes da linguagem subtractiva e na determinação das suas analogias com o contexto escultórico através do estudo de conceitos plásticos transversais, tais como: forma, matéria, estrutura, composição e percepção. A partir de teorias estéticas essencialistas fundamentadas em valores permanentes e anacrónicos, concluiu-se como estas premissas de resistência se afirmam ainda hoje como alternativas válidas perante as tendências de desmaterialização virtual e hegemonia tecnológica, apontando um retorno a itinerários humanistas e à reestruturação da espacialidade física da arquitectura.
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