O mosteiro de Santa Maria da Vitória no século XVI as Capelas Imperfeitas e o Renascimento em Portugal

No primeiro terço do século XVI cruzaram-se no obradoiro da Batalha os percursos de dois dos mais influentes construtores quinhentistas – João de Castilho e Miguel Arruda – que aqui terão experimentado, como num laboratório, novas técnicas e estéticas, a coberto da brisa cultural de matriz humanista...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Ferreira, António Luis (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2015
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10451/20394
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.ul.pt:10451/20394
Descrição
Resumo:No primeiro terço do século XVI cruzaram-se no obradoiro da Batalha os percursos de dois dos mais influentes construtores quinhentistas – João de Castilho e Miguel Arruda – que aqui terão experimentado, como num laboratório, novas técnicas e estéticas, a coberto da brisa cultural de matriz humanista que então soprou, fugazmente, na corte joanina. Desta fase tão pouco estudada do estaleiro batalhino chegou até nós a janela renascentista das Capelas Imperfeitas, datada de 1533, com o seu exuberante entablamento, um registo maneirista precoce no ambiente artístico nacional, então dominado pela persistência do já esgotado modo manuelino. O que hoje sabemos sobre tão surpreendente intervenção permite-nos inferir que ela foi absolutamente determinante na definição dos caminhos do Renascimento em Portugal, confirmando o pioneirismo de sempre da profícua fábrica de Santa Maria da Vitória. Contudo, as disposições testamentárias d'O Venturoso relativas ao acabamento do mausoléu batalhino1 ficaram adiadas sine die. D. João III, guiado por opções estratégicas distintas das de seu pai, acabaria por concentrar-se noutras obras, nomeadamente em Évora e Tomar, não sem antes ter ensaiado na Batalha o seu primeiro projecto de tumulação. Em 1533, Miguel de Arruda dava início na Batalha à reforma joanina das instalações monásticas, obra perdida. Por essa altura as Capelas Imperfeitas foram palco da metamorfose do arquitecto João de Castilho: de superlativo agente manuelino na nacionalização do tardo-gótico, transformou-se num diligente intérprete da nova linguagem clássica de matriz transalpina.