O uso do fogo controlado como ferramenta de gestão da vegetação em áreas de montanha e os seus efeitos nas propriedades físicas do solo

O abandono da agricultura e a redução da atividade pastoril, principalmente nas zonas de montanha onde o acesso é difícil e a população envelhecida, têm contribuído para a invasão de espécies arbustivas nestes territórios e, consequentemente, aumentado a quantidade de combustível disponível. Assim,...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Fonseca, Felícia (author)
Outros Autores: Matos, Cristina Delerue (author), Valente, Teresa (author), Carvalho, Manuela (author), Figueiredo, Tomás de (author)
Formato: conferenceObject
Idioma:por
Publicado em: 2021
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10198/24099
País:Portugal
Oai:oai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/24099
Descrição
Resumo:O abandono da agricultura e a redução da atividade pastoril, principalmente nas zonas de montanha onde o acesso é difícil e a população envelhecida, têm contribuído para a invasão de espécies arbustivas nestes territórios e, consequentemente, aumentado a quantidade de combustível disponível. Assim, torna-se necessário o uso de práticas de gestão da vegetação para reduzir o risco de incêndios florestais, constituindo o fogo controlado uma das técnicas mais comumente utilizadas. O presente trabalho tem como objectivo avaliar o efeito da aplicação de um fogo controlado no Parque Natural de Montesinho (PNM), NE Portugal, em propriedades físicas do solo. Para avaliação da permeabilidade, porosidade, densidade aparente, capacidade de campo e capacidade máxima para a água, colheram-se amostras de solo não perturbadas na camada superficial (0-5 cm) em 11 parcelas distribuídas aleatoriamente, antes do fogo controlado, imediatamente pós-fogo e dois meses pós-fogo. Antes do fogo controlado, a vegetação era constituída, essencialmente por carqueja (Chamaespartium tridentatum), urze (Erica australis) e esteva (Cystus ladanifer), representando uma carga de biomassa de 20 Mg ha-1. Após fogo, os resultados mostram um aumento da densidade aparente, relacionado com o decréscimo da porosidade e da permeabilidade do solo. O comportamento destes parâmetros está relacionado com a deposição de cinzas na superfície do solo, e consequente obstrução dos poros, apesar da superfície do solo responder de diversas formas à passagem do fogo. Não houve interferência significativa na capacidade de campo e na capacidade máxima para a água. Também, o impacto do fogo em propriedades e processos relevantes da camada superficial interfere com a conservação do solo e da água, tendo sido instaladas microparcelas de erosão com vista à avaliação da dinâmica temporal da perda de solo e do escoamento superficial.