Summary: | Pretende-se com esta tese explorar o impacto das políticas de asilo e das práticas institucionais nos processos migratórios de mulheres e meninas refugiadas, a partir das suas experiências e perceções ao longo do percurso. A análise desenvolvida versa sobre dois países Europeus, Portugal e Dinamarca, com diferentes quadros de intervenção, mas com similaridades nos contextos demográficos e influência no foro da União Europeia. A reconstituição dos perfis e dos percursos das mulheres e meninas refugiadas, em articulação com as políticas de integração e as práticas de acolhimento, contribui para uma melhor compreensão do real impacto dos mecanismos institucionais, legais e políticos na integração de refugiados numa perspetiva de género e idade. As potenciais alterações das relações de género são aprofundadas a partir das experiências, perceções e práticas das refugiadas, convocando dimensões culturais, religiosas, educacionais, socioeconómicas e familiares. Através destes percursos são analisados perfis específicos, articulados com as diferentes fases do trajeto, aprofundando simultaneamente, o conhecimento sobre os desafios intergeracionais. A análise multinível é essencial para a complementaridade do objetivo geral, permitindo identificar representações coletivas, resultados de integração, discursos políticos e mediáticos, bem como mecanismos jurídicos e práticas institucionais e o modo como influenciam os processos de integração nas várias dimensões. Identificar, aprofundar e relacionar as políticas de asilo, as práticas institucionais e os percursos migratórios de meninas e mulheres refugiadas desde o seu país de origem até à entrada na Europa, é fundamental para refletir sobre as estratégias de transformação social, mecanismos de acolhimento individual e institucional e políticas de asilo e integração efetivas.
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