Resumo: | O Goodwill tem sido um clássico e controverso problema contabilístico, agravado pela discricionariedade e subjetividade inerentes à sua contabilização. Dado o interesse deste ativo para os stakeholders e uma vez que as divulgações são um meio de informação para as suas decisões de investimento, o objetivo deste estudo consiste em analisar se as empresas do PSI 20 cumprem com as divulgações exigidas pela IAS 36, quanto às perdas por imparidade do Goodwill. Para o efeito, foi efetuada uma análise de compliance, tomando por referência os relatórios e contas de 2018 das empresas do PSI 20. Os resultados indicam que, em 2018, o nível de divulgação médio foi de 73%. No entanto, o desvio-padrão é de cerca de 30%, refletindo uma grande variação entre os índices de divulgação (ID) das empresas da amostra. Não obstante a discrepância entre empresas, não foram identificados indícios de que as seguintes variáveis influenciem significativamente o ID: setor, auditora, peso relativo do GW no ativo, autonomia financeira, rentabilidade, dimensão. Adicionalmente, através de uma análise por itens de divulgação, foi possível concluir que todas as empresas divulgam a quantia escriturada de Goodwill imputada à unidade geradora de caixa (ou grupo de unidades), tratando-se da única divulgação com um ID de 100%. Por outro lado, apenas 11 em 17 empresas indicam os pressupostos-chave em que o órgão de gestão baseou as suas projeções de fluxos de caixa, constituindo a divulgação com o menor ID, cerca de 65%. Em geral, as divulgações são genéricas, limitando-se em muitos casos a reproduzir o texto da norma, sem dar a conhecer especificidades concretas da entidade em questão.
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