Resumo: | As famílias multidesafiadas encontram-se expostas a diversos e concorrentes fatores de risco que, de certa forma, bloquearam o processo desenvolvimental do sistema familiar (Alarcão, 2000). É neste sentido que se perspetiva que toda a intervenção deve ter por base uma abordagem sistémica, com vista ao reforço das potencialidades e à estimulação dos recursos do próprio sistema e dos seus fatores de proteção. A identificação e valorização dos fatores positivos do sistema, ainda que o mesmo esteja submerso na obscuridade dos diversos desafios, permite o avanço para uma intervenção orientada para um olhar mais benigno sobre as famílias e assente na participação e corresponsabilização, bem como no comprometimento dos indivíduos (Almeida, Ferreira, Souza, & Serrão, 2016). A tónica deverá centrar-se em auxiliar o sistema a resolver as suas crises (normativas/não normativas), pelo incitamento dos processos de resiliência, contornando a vulnerabilidade e a tendência para a reprodução de situações de risco. O envolvimento e a participação ativos dos diferentes elementos do sistema familiar são os ingredientes fulcrais na intervenção sociofamiliar de abordagem sistémica (Serrão, 2016).
|