Resumo: | As galerias de arte contemporânea raramente foram objeto de estudos históricos. O trabalho que se segue pretende fazer um levantamento da evolução galerística em Lisboa, desde a criação da primeira galeria comercial em 1933 até ao ano de 2017. Nestes oitenta e quatro anos pretendemos contextualizar e analisar a evolução do panorama galerístico, bem como a evolução da sua tipologia e relações. De um ponto de vista abrangente, estudamos a conjuntura económica, social, política, urbana e consequentes respostas dos galeristas e galerias ao longo deste período. Numa perspetiva de gestão interna, salientamos as influências recíprocas entre galerias, e ainda com os diversos agentes do mercado da arte como artistas, críticos, colecionadores e outras galerias. O trabalho está dividido em três fases temporais onde se aborda uma seleção de galerias de arte, caracterizando-as de forma individual. "Galerias Históricas" é o período, entre a década de trinta e o final da década de cinquenta, onde o conceito de galeria se encontra associado a negócios de outras naturezas. Em "Surgimento de Mercado" observa-se um questionamento e legitimação das galerias de arte, ao longo das décadas de sessenta e setenta. Por fim, na fase de "Consolidação de Mercado" as galerias já detêm um estatuto independente. Este é também o período mais longo, já que vai desde o "boom" galerístico da década de oitenta até aos dias de hoje, e onde se concretiza o reconhecimento e democratização do mercado galerístico.
|