Resumo: | As investigações têm vindo a fazer referência sobre o impacto que o estilo parental tem na qualidade da vinculação segura das crianças. Por outro lado, a literatura foca a importância da vinculação segura e dos estilos parentais, que fazem recurso ao suporte emocional, para o desenvolvimento de um autoconceito positivo da criança. O presente estudo tem como intenção, precisamente, analisar de que forma os estilos parentais elegidos pelos pais influenciam a vinculação segura da criança, e qual o impacto de ambos na representação do autoconceito por parte da criança. Participaram nesta investigação 242 crianças, 124 rapazes e 118 raparigas, com idades entre os 10 e os 14 anos para ambos os géneros e a frequentar o 5.º e o 6.º ano de escolaridade. No protocolo de avaliação foram incluídos os seguintes instrumentos: Questionário sóciodemográfico; versão portuguesa do IPPA-R – Inventory for Parent and Peer Attachment (IPPA-R (Pais) - Escala de Vinculação aos Pais de Figueiredo & Machado, 2010), para avaliar a qualidade da vinculação da criança aos pais; versão portuguesa do EMBU-C – Egma Minnen Betraffande Uppfostran (EMBU-C de Canavarro & Pereira, 2007), com fim à avaliação da percepção da criança sobre os estilos parentais do pai e da mãe; e a versão portuguesa do PHCSCSV1-6 – Piers-Harris Children’s Self-Concept Scale (PHCSCSV1-6 de Veiga, 2006), para avaliar o autoconceito da criança. Os resultados obtidos sugerem que os estilos parentais são preditores da qualidade de vinculação na criança, especialmente, que a perceção de suporte emocional contribui de forma positiva para a segurança da vinculação, contrariamente à rejeição. Por outro lado, as crianças que percepcionam o estilo parental dos pais de suporte e as que apresentam vinculação segura são as que evidenciam autoavaliação positiva do seu autoconceito. Foi ainda possível verificar que, relativamente à comparação entre rapazes e raparigas, não se identificaram diferenças significativas no autoconceito geral.
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