Summary: | A pessoa em situa??o cr?tica apresenta carater?sticas relacionadas com a gravidade do seu quadro cl?nico que a podem tornar mais suscet?vel ao desenvolvimento de ?lceras de press?o. O enfermeiro que lhe presta cuidados, ao conhecer melhor esses fatores, poder? mais eficazmente planear e implementar interven??es tendentes a evitar esta complica??o. Este estudo tem como objetivos analisar fatores determinantes da incid?ncia e analisar fatores determinantes da preval?ncia de ?lceras de press?o na pessoa em situa??o cr?tica, numa Unidade de Cuidados Intensivos. Desenvolveu-se assim um estudo descritivo-correlacional, retrospetivo, que analisou uma amostra sequencial de 1014 admiss?es numa Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente no Norte de Portugal, entre 1 de junho de 2012 e 31 de maio de 2014, atrav?s da an?lise dos registos inform?ticos do internamento na Unidade. Verificou-se predomin?ncia de pessoas do sexo masculino (58,5%) e com uma m?dia de idades de 61,9 ? 15,7 anos. As principais causas de admiss?o foram de foro m?dico (49,2%), sendo o diagn?stico cl?nico de admiss?o mais frequente a infe??o e s?psis (19,7%). O score de APACHE II verificado foi de 20,6? 9,1, tendo-se verificado um tempo de internamento m?dio na Unidade de 6,75 ? 7,265 dias. O risco de desenvolvimento de ?lceras de press?o, avaliado pela Escala de Braden na admiss?o, foi de 11,14 ? 2,872. A preval?ncia de ?lceras de press?o foi de 19,3% com localiza??o anat?mica predominante na regi?o do sacro (51,5%) e de categoria II (35%) e a taxa de incid?ncia foi de 11,4%, sendo a localiza??o anat?mica mais frequente das ?lceras tamb?m no sacro (50,3%) e de categoria II (38,4%), demorando em m?dia 7,32? 6,915 dias para se desenvolver a primeira ?lcera na UCI. Os resultados anal?ticos, verificados no momento da admiss?o, eram inferiores aos valores de refer?ncia para a hemoglobina em 83% dos casos, para a albumina em 84,7% dos casos e para as prote?nas totais em 94,1%. Verificou-se ainda que 90,3% das pessoas apresentavam valores de prote?na C reativa elevados na admiss?o.A administra??o de noradrenalina e dopamina foi feita em 40,13% e 18,6% das pessoas, respetivamente. Verificou-se rela??o estatisticamente significativa entre o sexo masculino e o desenvolvimento de ?lceras de press?o (sig 0,000) assim como entre a maior gravidade da doen?a, analisada pelo valor do APACHE II na admiss?o, e o seu desenvolvimento (sig 0,000). Confirmou-se a rela??o entre o menor valor da Escala de Braden e o desenvolvimento de ?lceras (sig 0,000). Constatou-se a import?ncia dos valores anal?ticos na avalia??o do risco de ?lceras, ao verificar-se rela??o estat?stica entre a baixa hemoglobina (sig 0,000), o baixo valor de prote?nas s?ricas (sig 0,004) e a hipoalbumin?mia (sig 0,000) com o desenvolvimento de ?lceras de press?o na pessoa em situa??o cr?tica. Verificou-se ainda rela??o estat?stica entre elevados valores de prote?na C reativa e o desenvolvimento de ?lcera (sig 0,000). A rela??o estat?stica entre o tempo de administra??o de noradrenalina e o desenvolvimento de ?lceras na UCI ficou provado (sig 0,000), mas tal n?o se verificou em rela??o ao tempo de administra??o de dopamina (sig 0,057). Com este trabalho, verificou-se que o desenvolvimento de ?lceras de press?o na pessoa em situa??o cr?tica ? multifatorial e o enfermeiro deve ter em conta esses fatores quando estabelece o risco, planeia, executa e avalia os seus cuidados.
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