Estudo da resistência de ligantes à base de cimento de aluminato de cálcio a ambientes ácidos

O cimento de aluminato de cálcio (CAC) é comumente utilizado em meios mais agressivos para as argamassas, pois este cimento é conhecido por ser mais resistente nestas condições quando comparado com o cimento Portland (OPC). Desta forma, o CAC é muito utilizado na formulação de argamassas de junta, u...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Vicente, Cristiana Nunes (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2023
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10773/32043
Country:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/32043
Description
Summary:O cimento de aluminato de cálcio (CAC) é comumente utilizado em meios mais agressivos para as argamassas, pois este cimento é conhecido por ser mais resistente nestas condições quando comparado com o cimento Portland (OPC). Desta forma, o CAC é muito utilizado na formulação de argamassas de junta, uma vez que estas encontram-se mais expostas a ambientes agressivos. Neste estudo, pretendeu-se avaliar a resistência química de uma argamassa de junta constituída por CAC e tripolifosfato de sódio (TPF−Na), considerando que a sua combinação previne a expansão descontrolada durante a imersão em água. Para este efeito, mergulharam-se 5 provetes em diferentes soluções aquosas de ácidos, inorgânicos e orgânicos, durante 35 dias. Especificamente, testou-se o efeito dos ácidos clorídrico, fosfórico, acético, láctico e cítrico. Inicialmente prepararam-se soluções com pH 3,5 e, posteriormente, prepararam-se soluções com pH 2,3 para três dos ácidos, de forma a verificar a influência do pH e, consequentemente, da concentração do ácido, na degradação dos provetes. Todas as soluções foram renovadas ao longo dos 35 dias e realizadas medições de massa e de volume a todos os provetes. Os resultados obtidos permitiram verificar que apenas há degradação dos provetes que se encontravam nas soluções dos ácidos acético e láctico com pH 2,3. Após os 35 dias realizaram-se testes de resistência à compressão aos provetes, tendo-se verificado que os provetes mergulhados em soluções de ácidos apresentam maiores resistências, entre 36 e 54 MPa, quando comparados com o provete padrão, que apresenta uma resistência de 34,76 MPa. Além destes ensaios de resistência, as amostras foram analisadas por termogravimetria acoplada com calorimetria diferencial de varrimento (TG−DSC), difração de raios X (XRD) e espectrometria de infravermelho com transformada de Fourier (FT−IR). A análise por TG−DSC foi realizada para verificar quais as fases do cimento após imersão nas soluções de ácidos, comparando assim com o provete padrão. Com esta comparação verificou-se a existência da fase C-A-P-H em todos os provetes. No entanto, a fase AH3, que resulta do consumo de C3AH6 pelo ataque ácido, só se revelou nos provetes após imersão. De seguida, a análise por XRD visava verificar a presença dos sais, o que não foi possível devido à sua baixa concentração, mas permitiu a identificação das fases CA e CA2. Por último, a espectrometria de FT−IR foi utilizada com a finalidade de avaliar a presença dos sais nas suspensões guardadas ao 14º dia de imersão. Apesar dos resultados terem sido inconclusivos, esta análise permitiu identificar a presença de formiato de cálcio lixiviado da argamassa, assim como, detetar algumas diferenças nas suspensões nomeadamente a pH mais baixo, em que o anião parece estar exclusivamente sob a forma de ião acetato.