Resumo: | A maioria das escavações arqueológicas e dos trabalhos em egiptologia focam-se principalmente nas dimensões culturais, sociais e religiosas do Antigo Egipto, deixando o estudo de outros aspectos, como a guerra, para um segundo plano. O país do Nilo, certamente, entre as civilizações do Mundo Antigo aquela que mais enfâse colocou no acto de guerrear contra outras populações. Mas, se observarmos com atenção, verificamos que desde o Império Médio a guerra esteve sempre presente na política externa e interna dos faraós e dos seus oficiais. Um desses exemplos foi o da construção de uma malha de estruturas defensivas ao longo do rio Nilo, nas regiões da segunda catarata e de Batn el-Hagar. As fortalezas construídas na Baixa Núbia pelos faraós da XII dinastia do Império Médio permitiram ao Antigo Egipto controlar a fronteira entre este e o Kuch. Estes fortes, apesar de terem sido edificados em períodos cronológicos bastante próximos, apresentam entre si uma considerável diversificação em termos de tamanho, defesas, funções, bem como a própria importância no contexto em que se inserem. Em suma, os objectivos desta dissertação são trazer para a área da egiptologia, em Portugal, um tema ainda pouco explorado e analisado. A dinâmica dada pelos Egípcios aos movimentos bélicos na Núbia ajuda a compreender a forma como este povo interagia com os seus vizinhos, com os quais mantinham intensas relações.
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