Resumo: | A presente dissertação estuda a praça como fator de suporte para um ambiente criativo, em particular o CUL - Cultural Urban Lab - como instrumento de transformação da praça numa dimensão criativa. A análise da evolução histórica, principalmente das transformações ocorridas no século XX, permite-nos afirmar que a praça perdeu os seus usos e funcionalidades tradicionais apresentando um distanciamento em relação aos utilizadores, no entanto assume-se, ainda, como um marco histórico na cidade contemporânea. Neste contexto, analisámos os acontecimentos que trouxeram novas formas de comunicação, novos meios de transporte e que proporcionaram o aparecimento de uma sociedade consumista afastando os utilizadores da praça. A praça deixou de ser um espaço de permanência e de encontro e passou a ser uma simples zona de passagem ou deslocação. Deste modo, procuramos dar uma solução às necessidades urgentes da praça. Estudamos o tema da cidade criativa através das perspectivas de autores influentes como Richard Florida e Charles Landry e os seus conceitos subjacentes: criatividade, indústrias criativas e classes criativas. Abordamos também o conceito de criatividade urbana como reconhecimento da importância das atividades culturais e criativas na regeneração urbana, económica, social e cultural e o ambiente criativo como factor de vitalidade e de regeneração da praça. É a partir do cruzamento destas perspectivas que produzimos o ensaio projetual, tendo como base o CUL, para testar as teorias abordadas. Com base neste entendimento, chegamos à concepção e desenvolvimento de um ensaio projetual CUL em Santa Maria da Feira, que incorporou o conhecimento adquirido na investigação e que permitiu encontrar uma solução para revitalizar a praça enquanto elemento de regeneração urbana. Em suma, concluímos que o CUL pode ser replicável noutras cidades, quer no panorama nacional quer internacional.
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