Resumo: | A paisagem é sucessivamente transformada pelo homem em benefício das suas necessidades. Pela finalidade com que é construída e pela essência das práticas que a constroem, a paisagem agrícola é a mais propícia à preservação do equilíbrio fundador da relação entre o homem e a natureza. Em comparação com as práticas agrícolas de carácter permanente, as efémeras - igualmente essenciais e, portanto, representativas de uma determinada cultura - são-nos apresentadas a partir de intervenções superficiais, marcando igualmente a paisagem e preservando a harmonia que a define. Sendo desenvolvidas pelo génio criador inerente ao próprio homem, revelam-se-nos detentoras de um certo valor artístico, que depois foi resgatado e, portanto, reconhecido pelo movimento land art, para dele se servir aquando da concepção de uma resposta à então constatada necessidade de promover a reaproximação do homem à sua própria natureza. Por isso, julga-se que a análise das transformações que estas práticas impõem à paisagem e daquelas que a própria paisagem, enquanto participante, se lhes impõe, deva incluir na sua metodologia os pressupostos artísticos inerentes à verificação do seu produto enquanto detentor desse valor.
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