Summary: | O sistema urbano é entendido como sistema metabólico, responsável por garantir a sobrevivência e funcionamento equilibrado dos componentes que intervêm na cidade, como a sociedade, os recursos e o meio ambiente. Este processo metabólico tem apresentado um conjunto de falências funcionais no que à cidade contemporânea diz respeito, sendo que a principal é determinada pelos terrain vague. Estes espaços urbanos perturbam e bloqueiam ou até originam um conjunto de disfunções neste sistema, no entanto, têm potencial para, revitalizados, oferecer à cidade uma dimensão eco sustentável que é o objectivo principal a que as cidades se devem comprometer. Para isso recorre-se a diferentes autores que ajudam a perceber como recuperar e intervir nos terrain vague, enquanto espaços esquecidos na cidade, de modo a ganhar habitantes e a tornar a cidade mais sustentável. A partir deste entendimento foi aplicada esta perspectiva ao caso da cidade de Amarante. Do estudo resultou o entendimento de que o arquitecto pode desempenhar um papel importante, enquanto ‘médico’ da cidade, intervindo no território e dando uma nova vida a estes espaços, preservando, ao mesmo tempo, os seus valores e as suas memórias. Posto isto, com o ensaio levado a cabo na cidade de Amarante, o metabolismo amarantino beneficiaria de uma articulação equilibrada, por meio da aplicação de uma arquitectura eco sustentável, entre a cidade e o meio-ambiente e entre os componentes que constituem o sistema metabólico urbano, como o espaço público e a estrutura edáfica e ecológica.
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