Summary: | Nos vários sistemas de saúde da região europeia, a figura do Enfermeiro de família tem vindo a ser expandida, como pilar dos cuidados de saúde, Portugal não é exceção. Em consequência, os enfermeiros recorreram a fundamentação teórica e a abordagem sistémica e colaborativa do cuidado ao longo do ciclo vital da família, permitindo, uma mudança de paradigma: a mudança de foco de atenção, à família passa a ser unidade de cuidados. O desenvolvimento social, económico e político ocorrido permitiu esta mudança na intervenção familiar, nomeadamente, nos cuidados prestados. A prática de enfermagem centrada na família e a importância do seu envolvimento nesses cuidados, potenciam a relação e a parceria colaborativa, entre enfermeiros e família, proporcionando a identificação das suas forças e recursos no âmbito da saúde, para olhar à família, numa perspetiva inclusiva. A valorização da família é influenciada pela tomada de decisão do enfermeiro, ou seja, pela sua atitude em envolver à família, como suporte dos seus elementos, nos cuidados de enfermagem, nas situações de saúde e de doença. As atitudes determinam as decisões e as ações das pessoas, tal como, as atitudes efetivas e dirigidas dos enfermeiros determinam decisões e ações empoderadas e refletidas das famílias. Neste contexto surge este estudo, e tem como objetivo, verificar as atitudes dos enfermeiros do ACeS Baixo Mondego, face à importância de envolver a família, no ato de cuidar. Pretende identificar o perfil sociodemográfico e profissional da amostra, e consequente, relação com as atitudes analisadas. O estudo caraterizado como quantitativo, analítico e descritivo-correlacional envolveu 113 enfermeiros. Como instrumento de recolha de dados, foi utilizado um questionário de caraterização sociodemográfica e a escala “A Importância das Famílias nos cuidados de Enfermagem - Atitudes dos Enfermeiros” (Oliveira et al., 2011). A concretização deste estudo verificou que os enfermeiros do ACeS Baixo Mondego são detentores de atitudes de suporte, favoráveis e positivas, perante o envolvimento da família no ato de cuidar. A análise inferencial demonstrou a existência estatisticamente significativa nas determinantes: ser detentor de uma pós-graduação e/ou CPLE; ser detentor do título profissional de especialista; exercer segundo o método de equipa e ser da unidade UCC.
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