Dinâmicas de classe média e rebelião social

O presente texto surge na sequência de um conjunto de estudos que tenho vindo a desenvolver em torno da questão da “classe média” e sua possível relação com as recentes vagas de movimentos sociais e manifestações, quer na Europa do Sul quer no Brasil, em especial no ano de 2013. As demarcações socia...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Estanque, Elísio (author)
Format: article
Language:por
Published: 2014
Online Access:http://hdl.handle.net/10316/44004
Country:Portugal
Oai:oai:estudogeral.sib.uc.pt:10316/44004
Description
Summary:O presente texto surge na sequência de um conjunto de estudos que tenho vindo a desenvolver em torno da questão da “classe média” e sua possível relação com as recentes vagas de movimentos sociais e manifestações, quer na Europa do Sul quer no Brasil, em especial no ano de 2013. As demarcações sociais e de classe possuem, sem dúvida, poderosos fundamentos socioeconómicos e disso procurarei dar conta neste texto. As lógicas e divisões classistas operam em larga medida através de mecanismos de poder simbólico que incidem no sub-consciente (coletivo e individual) e talvez isso ajude a explicar por quê a “classe-para-si” é mais uma narrativa do que uma realidade substantiva. Mas para a reflexão aqui em causa interessa, antes do mais, questionarmo-nos acerca do modo como os recursos económicos e educacionais, por exemplo, são incorporados por pessoas concretas ao longo das suas trajetórias de vida e como se estruturam diferenças, segmentações e conflitos entre conjuntos sociais aparentemente próximos no volume de “riqueza” que possuem? Qual a relação entre o enquadramento objetivo numa dada condição ou estatuto social e a sua identificação individual, corporativa, coletiva ou geracional? Que significado podemos atribuir hoje ao papel da classe média, num momento em que muitos reconhecem a sua fragilidade e declínio, como acontece nos países do sul da Europa?