Resumo: | Introdução: A televisão e outros meios audiovisuais podem ser benéficos mas o seu uso excessivo pode relacionar-se com alterações físicas e comportamentais. O tempo que crianças e adolescentes “perdem” em frente ao ecrã deveria preocupar pais e pediatras. Objectivos: Avaliação dos hábitos de exposição ao ecrã de uma população saudável de crianças e adolescentes. Material e métodos: Aplicação de questionário sobre hábitos de exposição ao ecrã, a pais de crianças e a adolescentes seguidos na consulta de Pediatria de um centro de saúde urbano. Resultados: Foram realizados 106 inquéritos. Aproximadamente 22% das crianças tinham mais de 2 anos quando começaram a ver televisão, cerca de 7% tinha uma televisão tendo as restantes duas ou mais, mais de metade tinha televisão no quarto, 64% tinha televisão no local onde eram feitas as refeições (88% tinham-na ligada enquanto comiam), 28% assistia menos de uma hora diária de televisão durante a semana (ao fim-de-semana esta percentagem diminuía para 4,7%). O tempo total de exposição ao ecrã contabilizava 2 ou mais horas em 54%. O tipo de programas mais visto era desenhos animados e telenovelas. Aproximadamente 32% passava menos de uma hora diária em actividade desportiva e 50% despendia menos de uma hora diária a ler. Conclusões: Na população estudada, verificou-se excesso de tempo lúdico preenchido com meios audiovisuais em detrimento de outras actividades. O conhecimento dos hábitos de exposição ao ecrã permite um reajuste da informação a dar aos pais na consulta de vigilância infantil. ABSTRACT Introduction: The television and the other audiovisual means may be useful but when in excess may be related to a wide range of alterations and/or behavioural problems. The time spent by children and adolescents in front of the TV should be a main concern of the parents as well as of the paediatrician. Objectives: To evaluate the television exposure habits of an healthy population of children and adolescents followed in an urban centre. Material and methodology: A questionary about the television exposure habits was applied to children’s parents and adolescents that were being followed through the paediatric consultation of the service of the Centro de Saúde da Carvalhosa. Results: 106 questionnaires were analyzed. Approximately 22% were more than 2 years old when they started watching TV, about 7% had one TV and the others had two or more, more than a half had a television in their bedrooms, 64% had the TV in the kitchen (88% said that during the meals the TV was on), 28% watched less than an hour a day during the week (during the weekend the percentage fell to 4.7%). The total time of exposure was equal or superior to two hours in 54%. The most popular programme was cartoons and soap operas. Approximately 32% spent less than one hour doing sports and 50% spent less than one hour per day reading. Conclusion: We concluded that this population spends too much time with these audiovisual means putting aside other activities. The knowledge of these television exposure habits allows an adjustment of information and help counselling parents during the regular paediatric visits.
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