O impacto do stress, burnout, coping e bem-estar subjetivo num grupo de cuidadoras formais de pessoas idosas

Face ao crescente envelhecimento demográfico, os cuidadores formais de pessoas idosas assumem um papel cada vez mais relevante na sociedade. Os cuidados prestados por estes profissionais envolvem tarefas complexas que podem gerar stress e, em alguns casos, o desenvolvimento de burnout. Dada a pertin...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Borges, Carolina Alexandra Machado Mendonça (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2021
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10437/11916
Country:Portugal
Oai:oai:recil.ensinolusofona.pt:10437/11916
Description
Summary:Face ao crescente envelhecimento demográfico, os cuidadores formais de pessoas idosas assumem um papel cada vez mais relevante na sociedade. Os cuidados prestados por estes profissionais envolvem tarefas complexas que podem gerar stress e, em alguns casos, o desenvolvimento de burnout. Dada a pertinência desta temática, o presente estudo tem como objetivo geral avaliar o nível de stress e burnout destes profissionais, bem como avaliar o bem-estar subjetivo (BES), as estratégias de coping que mais utilizam e como é que estas variáveis se relacionam entre si. Participaram neste estudo 104 mulheres, com idades compreendidas entre os 19 e os 68 anos, ajudantes de ação direta de nove Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI), do centro de Portugal. Os principais resultados indicam que as participantes apresentam valores médios de satisfação com a sua vida e de stress percebido, e relatam níveis mais elevados de emocionalidade positiva comparativamente à negativa. No que diz respeito às estratégias de coping, a reavaliação positiva foi a mais reportada, sendo o abuso de substâncias a menos utilizada. Em relação às dimensões de burnout, as participantes revelam valores elevados na realização pessoal e médios quer de exaustão emocional, quer de despersonalização. Níveis mais elevados de exaustão emocional estão associados a um maior stress percebido e à utilização de estratégias de coping habitualmente consideradas menos adaptativas. A despersonalização também se associa maioritariamente ao uso de estratégias menos adaptativas, enquanto uma maior realização pessoal está associada a um maior uso das estratégias mais adaptativas. Quanto ao BES, o afeto positivo está associado a uma maior realização pessoal, enquanto o afeto negativo se associa a níveis mais elevados de exaustão emocional. Já uma maior satisfação com a vida está associada a níveis mais baixos de exaustão emocional. Os resultados revelam ainda que, quer o stress percebido, quer as diversas estratégias de coping, são preditores significativos de exaustão emocional, no entanto, em relação à despersonalização apenas o coping focado na emoção demonstrou ser um preditor significativo. Por fim, são discutidas as implicações destes resultados e sublinhada sua importância para o planeamento das respostas sociais de apoio a pessoas idosas.