Resumo: | O bruxismo é definido como uma atividade orofacial anormal e repetitiva que pode ocorrer durante a vigília e/ou durante o sono. Este fenómeno clínico tem um impacto negativo sobre toda a anatomofisiologia do sistema estomatognático e a patologia afeta negativamente a qualidade de vida dos pacientes. A presente revisão narrativa tem como objetivo analisar a importância do uso de toxina botulínica como opção terapêutica no tratamento do bruxismo. O bruxismo afeta crianças e adultos dos dois géneros. Epidemiologicamente, 60 a 70% da população já terá tido um episódio de bruxismo durante a vida, com uma prevalência em adultos que varia entre 8 e 31%. Tem uma magnitude clínica considerável devido à sua associação com abrasões, mobilidade dentária, restaurações fraturadas, mialgias, artralgias, hipertrofia muscular e disfunções temporomandibulares. O bruxismo é uma patologia com várias propostas terapêuticas, sendo das mais conhecidas e aplicadas: a utilização de goteiras oclusais. A utilização da toxina botulínica tem sido apresentada como uma válida proposta de tratamento do bruxismo e outras patologias musculares, tendo a vantagem de não requerer a colaboração do paciente e podendo ser administrada, mesmo com ausência de consciência ou na presença de perturbações psiquiátricas. A toxina botulínica tem um efeito reversível e deve ser administrada periodicamente para maximizar a sua eficácia. Considerar o desenvolvimento de resistência à toxina botulínica é importante. Perceber concretamente os riscos e os benefícios do seu uso é determinante para aproveitar todo o potencial da toxina botulínica nesta temática.
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