Summary: | A jazida pré-histórica do Bugio constitui uma das mais importantes grutas sepulcrais da faixa estremenha. Encontrava-se intacta à data das primeiras escavações, realizadas em 1957 e 1958. Vicissitudes várias que motivaram a dissolução da primeira equipa e favoreceram diversas depredações, entretanto realizadas, impediram que, antes do recomeço dos trabalhos, em 1966, mesmo dos materiais recuperados, se pudessem extrair todas as informações neles potencialmente contidas. Foi possível, a partir do estudo exaustivo do espólio conservado no Museu de Sesimbra e no recolhido nas escavações de 1966, estabelecer a seguinte sucessão cronológica-cultural: Primeira ocupação - corresponde talvez à ocupação mais importante, integrável no Neolítico recente-final estremenho. Estreitas analogias com o "horizonte dolménico" identificado na vizinha Lapa do Fumo e datado pelo rádio-carbono de 3090 ± 160 a. C. (SERRÃO,1978). A datação realizada no Bugio deu 2800 ± 45 a.C. Segunda ocupação- corresponde muito provavelmente a momento inicial (ou pleno) do Calcolítico, definido pela presença de raros produtos, como o recipiente de osso recolhido na sep. 7 e "ídolos" de calcário, de osso e marfim. Terceira ocupação - Calcolítico final, campaniforme - representada pelos Grupos de Palmela e Inciso. Trata-se da ocupação menos importante, excessivamente valorizada em trabalhos anteriores, talvez pela grande dispersão de fragmentos cerâmicos que não ultrapassam, contudo, nove recipientes (alguns deles representados por apenas um fragmento): taças em calote - (I), de bordo espessado - (I), de tipo Palmela - (I), caçoilas acampanadas - (2), e vasos campaniformes - (2), além de dois recipientes de tipologia mal definida.
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