Capacitar para o cuidado: perceção do cuidador informal da pessoa com acidente vascular cerebral

Introdução: Do acidente vascular cerebral (AVC) resultam sequelas que se traduzem frequentemente na dependência de outro. Cuidador informal é um membro da família ou comunidade, que presta cuidados à pessoa com dependência. A sua capacitação deve ser uma prioridade para o enfermeiro, que deve motivá...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Simões, Isabel Maria Henriques (author)
Formato: other
Idioma:por
Publicado em: 2016
Assuntos:
Texto completo:http://web.esenfc.pt/?url=fG5RQWhc
País:Portugal
Oai:oai:repositorio.esenfc.pt:6563
Descrição
Resumo:Introdução: Do acidente vascular cerebral (AVC) resultam sequelas que se traduzem frequentemente na dependência de outro. Cuidador informal é um membro da família ou comunidade, que presta cuidados à pessoa com dependência. A sua capacitação deve ser uma prioridade para o enfermeiro, que deve motivá-lo, orientá-lo e identificar as suas necessidades de ensino. A prática mostra-nos que na preparação da alta, nem sempre há envolvimento da família e após a alta frequentemente os cuidados prestados não traduzem os ensinos realizados. Objetivos: compreender se os ensinos realizados pelos enfermeiros contribuem, na perspetiva dos cuidadores, para a sua capacitação no cuidado à pessoa com AVC. Metodologia: estudo qualitativo do tipo exploratório-descritivo. Os participantes foram cuidadores informais a quem foram realizados ensinos programados pelos enfermeiros responsáveis pelos cuidados aos familiares, num serviço de medicina, durante os meses de março a junho de 2012. Para a colheita de dados optou-se pela entrevista estruturada, realizada a cuidadores que exerciam o papel de cuidador. A análise das entrevistas foi categorial do tipo temático, tendo emergido três categorias: antes da alta, após a alta e contributos/dificuldades. Resultados: Os participantes foram maioritariamente filhas, com idades entre os 40 e 66 anos, casadas, com nível de ensino básico de escolaridade. Os resultados revelam que os enfermeiros alertam sobre a iminência da alta e a necessidade de cuidados, agendando os ensinos consoante a disponibilidade do cuidador. A sessão é única, direcionada para as atividades de vida diária, não havendo prévia identificação das necessidades formativas dos cuidadores nem uniformização de práticas. Consideram os ensinos importantes, mas ressalvam que são insuficientes e desajustados à realidade do domicílio. Sublinham a atitude do enfermeiro como facilitadora do processo, todavia elencam dificuldades, sugerindo sessões mais longas, em maior número, realizadas ao longo do internamento e adequadas ao domicílio. Estes resultados corroboram a necessidade de envolver os cuidadores no processo de cuidados, de avaliar expectativas, motivação e conhecimento prévio e da definição conjunta das metas de aprendizagem. Aventam que os enfermeiros fazem frequentemente ensinos e prescrições desajustadas ao ambiente familiar, tornando-os menos úteis ao cuidador. Conclusões: Considera-se que os ensinos efetuados pelos enfermeiros contribuíram para a capacitação dos cuidadores informais de doentes com AVC, na medida em que lhes dão poder para encontrarem soluções, perante as necessidades com que se confrontam na prática de cuidados. Todavia não foram percecionados como suficientes para os tornar capazes de cuidar, apontando prática insuficiente e desajustada ao ambiente domiciliário. Sugere-se que o planeamento dos ensinos tenha por base as reais necessidade de cada cuidador, atendendo às suas características e ao seu conhecimento prévio, devendo os ensinos ter em conta os recursos existentes no domicílio.